Manchete de um site de notícias da capital : " Massa é quem decide". Juro por Deus _ mesmo sendo pecado jurar em nome Dele _ que julguei que era noticia da Formula 1. Bem, pensei , vamos ver o que o brasileiro Felipe Massa estará aprontando para os seus adversários. A matéria, no entanto, falava dos níveis de analfabetismo do estado do Acre e suas implicações ( segundo o repórter ) com o pleito eleitoral do outubro próximo.
Seria melhor que falasse mesmo de Fórmula 1. O jornalista descobriu algo inédito : Quem decide uma eleição democrática é a maioria.O problema , porém , foi a confusão feita pelo repórter sobre o conceito de massa populacional. Para ele a massa é formada por analfabetos de fato e os analfabetos funcionais (aqueles que lêem, mas não sabem interpretar um texto).
Baseado em uma pesquisa de uma socióloga da UFAC, que aponta 20,8 % da população acreana nesta situação, o repórter concluiu, mesmo esta não sendo a função dele, que os acreanos não sabem votar, justamente por serem analfabetos.
E será que foi só os analfabetos que votaram no Collor para presidente ? Será que foi só os analfabetos que elegeram essa gama de políticos que estão aí envolvidos em todo tipo de maracutaia possível ? E por que só agora essa preocupação com os votos dos analfabetos do acre ?
A massa não tem nada a ver com analfabetismo.
O jornalista faltou a aula que definia , pelo menos em linhas gerais , o significado de massa populacional. Ela não é restrita ao nível de escolaridade, de classe social ou econômica, como a matéria quis declarar.Essa afirmação que analfabeto não sabe votar ,é no mínimo preconceituosa.
Todo analfabeto seja ele funcional ou não, vota de acordo com suas convicções de vida, como faz qualquer cidadão deste país. Não há nada que comprove ser um iletrado, menos capacitado que qualquer outro, para fazer a distinção o entre bem e o mal ou que tenha mais ou menos caráter do que quem tem um nível maior de escolaridade.
Ainda segundo a matéria, " o ensino do Acre não consegue formar eleitores consciente para escolher pessoas do bem". Na minha opinião , a escola deve formar cidadãos e não eleitores.Além disso, diploma não significa consciência crítica.
Fica claro que o conteúdo da matéria é meramente politiqueira, tendenciosa e sem nenhum rigor investigativo. O que se quis foi justificar o fracasso da oposição nas últimas eleições estaduais, desqualificando os eleitores, principalmente aqueles de menor grau de instrução escolar.Ou seja, não votou conosco , então não sabe votar.
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