terça-feira, 9 de março de 2010

Candidatura de Edvaldo ao senado não é atropelo

Em uma entrevista concedida hoje para a rádio Integração, o deputado Edvaldo Magalhães (PC do B) foi de uma consistência elogiável .Mostrou-se  um político realmente diferenciado. Sem dúvida sua maior qualidade é a sua capacidade de aglutinação política em torno de um objetivo ou projeto maior.

Quem conhece a história da Frente Popular do Acre , antes mesmo da espetacular campanha de 1989, disputada palmo a palmo com o saudoso Edmundo Pinto, sabe do empenho de suas principais lideranças em manter a coesão, independente de cor partidária e ideologia política.

A FPA, que começou com partidos genuínos de esquerda e tido como "fundamentalistas" como o PT , PC do B, hoje consegue  abranger partidos de outro viés ideológico como o PP.Isto tudo em torno de um projeto maior,que segundo Magalhães, está nos trilhos , necessitando, é claro , de alguns ajustes e diligências para não perder " o rumo ou a pisada".

Candidatura como um processo natural

Como um cidadão que acompanhou o nascimento, o crescimento e o amadurecimento da FPA, com seus erros e acertos,  vejo a indicação do nome do deputado à disputa do senado como natural e , com todo o respeito aos seus desafetos, como meritória. Natural, por que está sucedendo a vaga abdicada pela senadora  Marina Silva, portanto, não está desobedecendo a " hierarquia " da FPA .

É meritória , por que já foi líder do governo na Aleac em praticamente dois mandatos, com destacadas atuações  e atualmente é o presidente da mesma casa legislativa, conseguindo a proeza de ser eleito de forma unânime por seus pares.Em sua gestão a Aleac ganhou uma dinâmica administrativa ainda não vista.

Quando Jorge Viana, na qualidade de maior liderança da coligação, prefere  Edvaldo é por que está sendo justo, coerente e acima de tudo , politicamente inteligente .Quanto ao argumento, dos seus contrários, que sua densidade eleitoral é pequena e restrita ao PC do B, não creio que seja empecilho,afinal quem era mesmo o Geraldinho, para  ganhar a eleição ao senado ? Será que ele tinha mais visibilidade que o comunista ?

Quem conhece de processos políticos democráticos, sabe que em uma coligação ( que se preze)  existe hierarquia de lideranças, jamais de partidos.Ou seja, o crescimento de um não é excludente de outro. Do contrário vira um " balaio de gatos" , como aconteceu com a falecida MDA.

Além disso, existe  o fato de  uma candidatura majoritária ser totalmente diferente de uma candidatura proporcional. Como na oposição não tem nenhum bicho papão de votos, Magalhães tem chances reais de ficar com uma vaga, desde que, é claro, a FPA continue trabalhando como uma coligação e não como um amontoado de partidos.

Arquivo do blog