sexta-feira, 15 de abril de 2011

PARA SEU DESGOSTO EM MEU ROSTO UM NARIZ ADUNCO


Conversando com uma colega , percebi que olhava de forma insistente e vexatória para uma determinada região do meu rosto. De inicio pensei que olhava para os meus lábios carnudos e macios capazes de enlouquecer qualquer exemplar feminino humano , desde que, claro, ela esteja com a mente encharcada da mais dopante bebida. Fora isso, não há essa possibilidade.

Educada, um eufemismo para o politicamente correta, encerrou a longa conversa sem me  contar o que havia notado de diferente. Deixou-me, então pulgado. Que diabos ela havia visto em meu rosto, fora a já habitual feiura que carrego desde a infância, que tanto a chocou ? Sim. Ela teve asco, eu percebi.

Em casa, diante do espelho passei a examinar minha feição. Ruguinhas ali, linha de expressão aqui, calvície sobre controle. Nada que não seja anormal pela idade que vai chegando.Ser desprovido da beleza tem o seu lado bom. Não me preocupo com ela. Não terei que gastar rios de dinheiro com botox e  cremes rejuvenecedores para manter a fama de galã de novela mexicana.

No reflexo do nariz avistei o motivo : Os pêlos dos buracos das ventas, que nós , os pedantes, chamamos de  orifícios nasais, estavam maiores do que manda a boa educação. Logo eu que reclamo tantos dos buracos nas ruas e da limpeza da cidade do Trabalho e Cidadania, esqueci-me de capir os buracos das ventas. Entretanto, prometo, doravante, antes de me incomodar pelo que o "herói" deixou de fazer , que limparei primeiro os buracos das ventas.

Enquanto realizo o ritual de limpeza do " salão", usando o dedo indicador e tesoura, penso em alguns alcoviteiros  das causas sem nexos, os sicários travestidos de "libertários",  de capa e espada rosa, que regurgitam todos seus podres preconceitos contra quem sequer ouviram falar. Sequiosos por inúteis batalhas, não respeitam nem a si . Não têm honra. Homenzinhos fracos, filhos da moral, que vêem o mundo por uma  janela de um quarto de ar refrigerado no alto de seus castelos de alicerce de areia, incrustados na sombra.

Que pelo menos usassem do expediente de escovar a boca, antes colocarem os nomes de pessoas decentes  em suas fossas , como se essas fossem da laia  deles ou sofressem do mesmo mal-caratismo peculiar de suas origens. Ninguém tem culpa se como enterobius só enxerguem o mundo das fezes das quais se alimentam.

Ei , Vermes ! Aqui fora tem sol !!

Eu,  humano, sem perfeição, desejo a liberdade e esta é muito maior do que o freedom americano. Deixem dá meus passos. Estão errados ? Que me deixem, aqui, feliz da ignorância de suas tolas filosofias.  De prisão já basta o corpo que acorrenta o espírito. Com ou sem pêlos, a minha frente, só meu nariz adunco.

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