terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A LIÇÃO DO PROFESSOR E DO MENININHO. CHEGA DE PALHAÇADA !

A visão da oposição
Contaram-me uma vez, por aí, que em uma determinada cidade grande um caminhão, por conta da altura da sua carroceria, ficou preso em baixo de um viaduto, congestionando o trânsito de uma avenida muito movimentada causando um transtorno enorme. Para resolver a situação da melhor maneira e da forma mais rápida, foram chamados vários especialistas.

Várias projeções foram feitas. Depois de várias conferências os especialistas decidiram arrastar o caminhão usando grandes carros e máquinas. O veículo sequer se moveu. Depois de fracassadas as tentativas. Partiram para outras formas. Uns queriam cortar o caminhão ao meio. Outros dinamitar o viaduto. Ambas as formas além de serem demoradas eram caras demais. Outras idéias mais engenhosas também surgiram, mas quando testadas na prática se mostraram inúteis.



Um garotinho assistindo a toda aquela labuta e confusão, tentou conversar com uma das pessoas envolvidas. No meio daquele caos, claro, foi sumário ignorado. Por mais de uma vez tentou argumentar e foi aconselhado a ir para casa. Só depois de vários minutos, quando todos pareciam desanimados, conseguiu ser ouvido:

  _ " Ei, porque vocês na secam os pneus ? Assim, o caminhão fica mais baixo e nem vai atingir mais o viaduto...  "  


Assistindo a um discurso do Senador Cristovão Buarque sobre o aumento do salário, há poucos dias , lembrei-me da historinha, foi inevitável. Quando todo mundo político brasileiro esperneava  e ainda espernea para defender seu ponto de vista, precisamente, sobre o novo valor  do salário mínimo, mostrando gráficos e mais dados sobre o impacto do aumento sobre as contas públicas, ou positiva ou negativa, o senador do Distrito Federal placidamente falou sobre um tal  " aumento total ". Da minha poltrona, eu quase caí,  eureca !! Eis a solução em baixo dos nossos bigodes !

E ele tal qual o garotinho está corretíssimo ! O aumento só do valor monetário do salário mínimo é a maior ilusão. Vejam na prática do dia-a-dia : semanas ou meses antes da elevação do valor, quando o governo anuncia-o , os produtos de forma gradativa, quase imperceptível aos olhos da maioria, têm os seus preços majorados, ou seja, o ganho de salário é engolido antes de chegar ao bolso do trabalhador.




E não tem essa de R$ 600,00 como quer a oposição, que consegue ser incompetente e ridícula até quando é oposição. Podem colocar o salário até para R$ 1.000,00 ou R$ 2.000,00 que de nada vai servir para o trabalhador, porque ? Por que simplesmente logo logo a majoração dos preços devoram esse aumento, sem contar com o estrangulamento do Estado com as aposentadorias.

O professor Buarque está certo. O que deve ser melhorado e aumentado é o valor que o Estado gasta com aquilo que realmente melhora a qualidade de vida das pessoas : saúde, educação, segurança, transporte, lazer, cultura,etc. Tendo isso decente e gratuito, o valor monetário do salário  seria somente para a alimentação, vestuário e outros pequenos gastos familiares.

Vejamos o exemplo do Canadá, onde chega-se a pagar  50 % do salário em impostos. Outros 50 % são para gastos exclusivos da família, já que lá o serviço público é de primeira. Aqui é retido até 27,5 %  do salário na fonte, porém, diferente do que ocorre naquele pais da América do Norte, no Brasil,  o imposto embutido nos itens básicos tais quais alimentação e vestuário é exorbitante , elevando-se os preços e portanto, detonando, imediatamente, o resto do salário. Deixasse o nosso país para jogar pesado nos impostos sobre o luxo e supérfluos, além de viciosos como bebidas e fumo. Gasta com besteira quem pode.

Isso é o conceito de " aumento total " defendido pelo professor Cristovão Buarque. Simples assim , mas que posto em prática é a solução ideal e nem precisa o Estado ficar preocupado com a questão da quebra previdenciária _ esse calo no calcanhar.  Incrível como nossos políticos e jornalistas metidos a especialistas perdem tempo com discursos vazios e politiqueiro sobre o aumento do salário, quando todo mundo sabe a solução. É só ouvir a voz do inexperiente menininho ou do experiente professor.


Sou fã da voz parlamentar de Buarque desde aquele episódio nos EUA, quando um estudante universitário americano mandou que respondesse sobre a " internacionalização da Amazônia " não como brasileiro mas como humanista. E ele começou respondendo que como brasileiro defendia que a Amazônia deveria ser somente do Brasil, mas como humanista defendia a internacionalização dela desde que os americanos , "humanista" que são, aceitasse também dividir as riquezas de sua economia com o resto do mundo. Silêncio no sepulcro....

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