terça-feira, 18 de maio de 2010

O óbvio e o obtuso


Fonte: Jornal Voz do Norte

Estive ausente da rede. Não sou economicamente viável. A culpa foi da tecnologia . Estive vítima da 3G que de jegue só tem o trotar. Viva as privatizações das Teles !  Telebrás vem aí, laiá,laiá,laiá. O Serra começou a cair, laiá,laiá,laiá...

Bem que queria ter aproveitado a folga e ter visitado a minha Zaratrusta. Talvez assim eu conseguisse entender o que diabos está ocorrendo em nossa cidadezinha. Até torneira que distribuía  água , grátis ,estão fechando.E eu bebia daquela água ! Nunca peguei diarréia por causa disso.Talvez seja porque até hoje eu pensasse que água potável fosse água de guardar em pote. Ser pobre e ignara tem suas vantagens, mas parece que água "de graça" não é economicamente viável.

Escapei do chefe Nietzsche , mas acabei esbarrando no sacana do Roland Barthes em O Óbvio e o obtuso. Aquele papo todo sobre mensagem denotativa e conotativa que, segundo o cara , toda foto tem. Pronto. A danada desta foto aí em cima não saiu mais das minhas retinas.Tinha até esquecido.Mas aí o editor do blog Farofino divulgou-a novamente.Quer ver o troço ?

Qual seria o óbvio ? qual seria o obtuso ? Juro que  passei dias procurando pela mensagem conotada da imagem.Comecei pensando que se tratava de uma lição de como se pular uma cerca.Logo desisti da ideía. O homem da foto é um bom pai de família  e um cristão.Não ia querer, por certo , passar essa mensagem subliminar aos outros machos da espécie. 

Outro momento, pensei que a mensagem  conotada ,ou a significação segunda, era a rua esburacada  que  aparece em segundo plano.Não. É obvio demais .Depois passei para as nuvens escuras no céu.Talvez significasse as turbulências que a popularidade do homem iria sofrer devidos  suas ações futuras.Mas, aí já era coisa para mãe Dinah.E uma coisa que a vidente não entende é de signos semióticos e semiológicos.Talvez dos signos astrológicos.

Já estava desistindo, quando lembrei de uma lição da investigação semiose: " O maior se esconde nos detalhes". E enfim, conseguiu decifrar a mensagem conotada, habilmente manipulada pela fotografia através do recurso da pose: O Mestre, diferente do que dizem seus desafetos, não tem somente duas camisas, uma azul e a outra verde, ambas com um "jacarezinho" desenhado. Ele também veste o listrado.Duas cores.  Zebra !!  Só que uma zebra não cai (ou sobe) duas vezes no mesmo lugar. Será ? Só em 2012, não é, Manuel Piau * ?

3 comentários:

  1. Jairo,entendi a mensagem.Depois de consultar o dicionário já sei quem é o obtuso da foto.Essa jogada entre palavras e imagens foi genial,parabéns.

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  2. Seu blog é mesmo sensacional !!
    Essa foi a forma mais divertida que eu li a respeito de signos linguísticos.Disse muito em poucas palavras.Você escreve fácil e de forma divertida.

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  3. cara, tu solta cada umas... continua me surpreendendo, não só pelo Roland Barthes (que a gente estuda em Jornalismo Fotografico), nem tanto pelo Nietzche, mas pela irônia mordaz e bem colocada... É óbvio quem é o obtuso!

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