segunda-feira, 11 de julho de 2011

VAGNER NUNCA MAIS

AQUI NUNCA MAIS !




Estive esses dias a pensar seriamente em não mais escrever o Jurubeba's. Não vale a pena. Não tenho alvo na mira. Não tenho propósito e tampouco objetivo.

Mas só estive. E nesses dias sem tesão de dedilhar sem tempo e nem proveito, conheci   um leitor do blog.  E na conversa o prazer foi só dele. Onde o conheci ? Num daqueles quiosques do balneário Igarapé Preto. Eu tomava água de côco, ele whisky.  Dispensou as apresentações, daí não sei nem o nome do cujo.

Sincero e direto, disse que odiava o que eu escrevia e sentia "pena de mim" por ser um cego semialfabetizado.

Em parte concordei com ele. Sou realmente um semialfabetizado, um ignara. Esforço , eu até fiz para sair da situação da ignorância e cegueira do mundo. Porém, confesso que não consegui. E pior : Nunca tive vontade de enforcar-me usando palha de cebola como corda por conta disto. Sou fraco de ânimo para tanto. Deve ser questão mesmo de origem.

Questionou-me quantos livros eu já tinha lido. Não lembrei. Não consegui responder. Nunca decorei títulos de livros e o mesmo serve para os filmes. Se tivesse perguntado sobre os nomes de todos os campeões do campeonato brasileiro de futebol da primeira divisão desde 1971, eu saberia. O porquê e para quê decorei isto, também não o sei dizer. Nunca recebia sequer um elogio por estupendo esforço. 

" Viu só ? " asseverou.   " Esse é o mal de você e uma turminha de blogueiros desta cidade. Vocês  nunca leram nada. Não têm o horizonte alargado pelas obras dos grandes teóricos, por isso vivem na mesmice ". Enquanto falava, observei que tinha cuspe no canto da boca que era razoavelmente grande e horizontal. Talvez fosse daquilo que ele estivesse falando.

Acusou-me de querer imitar Diogo Mainard e querer transformar o prefeito de Cruzeiro do Sul numa espécie de anta, tal qual o  " Mainard fez com o Lula" e isto me fazia parecer um tolo. Já tinha ouvido falar do Diogo Mainard, mas nunca li nada dele. Consultei a Wikipédia. Agora, pensando melhor,  não concordo.

Primeiro, porque Vagner Sales, com "V", não tem nada a ver com o Lula, a começar pela quantidade de dedos nas mãos. Também não consta na biografia do ex-presidente que ele tenha trabalhado como limpador de banheiros de vereadores. Se pôs a mão em cocô foi de outro tipo. Ademais, se um presidente da república chega a ser uma anta, um prefeito de uma cidade onde o vento faz a curva nunca chegará a um preá.

Segundo, porque eu estou infinitamente impossibilitado de escrever como o tal Diogo. Ele foi educado na França, primeiro-mundo, comendo caviar d'escargot. Eu só estudei em escola pública acreana. Por não ter um paladar apurado, crie-me comendo manga-rosa. E minhas professoras, por pura ignorância , ensinaram-me a ficar longe dos caramujos _ na realidade caracóis, pois eles causavam  " barriga d'água".

 O leitor ainda me orientou educadamente a fazer duas coisas: Parar de falar asneiras a respeito do prefeito e escrever sobre coisas úteis para as pessoas. Para mim pareceu um pedido disfarçado.

Independente do pedido eu já estava disposto a seguir essa trilha . Se já não perdia sequer um minuto da minha vidinha preocupado com Vagner, doravante me proibirei de escrever uma linha a respeito da gestão municipal.

Quanto a "coisas úteis" ? É um pouco mais difícil , pelo menos por enquanto. Falta-me cultura e preparo para tanto. Talvez me especialize em reproduzir  as partes mais importantes da bula de algum medicamento popular ou quem sabe alguma receita caseira para bolo.

Uma coisa é certa. Aqui no Jurubeba's, Sales nunca mais. Peço desculpas aos milhões de leitores que acessam diariamente este blog e fazem daqui o centro da discussões políticas e filosóficas do Juruá, quiçá do universo. Não  estou mais disposto a derrubar nosso Midas. Este é um assunto que me  aborrece agora.

Só me resta uma dúvida e uma certeza:  Ele, o leitor, odeia o que escrevo e continua lendo. Eu desprezo sua opinião e faço o que me pediu. Qual de nós é o pior ? Eis a dúvida.

E a certeza ? A certeza fica por conta  de que whisky caro não combina com água barata de igarapé popular. Côco sim. Cocô ? Só de vez em quando... 

Um comentário:

  1. CONCORDO EM GENÊRO,NÚMERO E GRAU COM O CIDADÃO DO ÁLCOOL.ESCREVER SOBRE O QUE O POVO JÁ ESTÁ CANSADO DE SABER É ENFADONHO.NINGUÉM AGUENTA MAIS.

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