Estamos cada vez mais órfãos de ídolos.
Corrigindo. Ídolos não, gente que tem um pouquinho de algo mais.
Digo isto porque nunca tive, não tenho e nunca terei ídolos. Jamais seguiria um humano por mais brilhante que seja.
Eu sequer consigo seguir um deus que se encontra preso às idiossincrasias dos homens.
Mas deixemos a discussão sobre deuses para outra postagem.
Falemos de gente que falha. Confesso que não há como não entristecer-me com a partida deste mundo real, de uma figura como o cearense Chico Anysio.
Este foi gênio no que fazia.
Se Chico fosse europeu ou norte-americano teria lugar cativo ao lado de Chaplin, somente isto.
Nascer brasileiro neste mundo dividido em hemisférios é uma carga e tanto . Que o diga Drummond.
E o mundo e nossas vidas ?
Não ficaram piores ou melhores. "As noites passarão do mesmo jeito e as estrelas ficarão no mesmo lugar", já berrava aquele roqueiro nacional.
Saudades ? do seu trabalho eu já estava há tempos, desde que a nova direção da Globo o afastou da telinha. Foi mais um a ser ultrapassado pela necessidade de se vender mais em detrimento da qualidade.
E da falência física, ninguém dela escapa.
Uma pena. Não sou humorísta. A natureza não me presenteou-me com tamanha dádiva.
Não posso dizer que me espelhei em algo que o grande Chico ensinou.
E o que tinha então de especial ? É que amo pessoa que consegue ri de si . Estão a um passo das outras autossuficientes de eficiência.
Dos seus mais de duas centenas de personagens se eu pudesse me fazer um para viver seria o espinhoso e absoluto 'Alberto Roberto' e seus infindáveis " porquês".
E mandaria todos os ' Da Júlia' da vida , controladores de nossos atos, à merda.
Nestas paragens terrenas Chico foi show e basta.
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