sexta-feira, 23 de março de 2012

PODERIA SER ALBERTO ROBERTO E SEUS PORQUÊS.






Estamos cada vez mais órfãos de ídolos.

Corrigindo. Ídolos não, gente que tem um pouquinho de algo mais.

Digo isto porque nunca tive, não tenho e nunca terei ídolos. Jamais seguiria um humano por mais brilhante que seja.

Eu sequer consigo seguir um deus que se encontra preso às idiossincrasias dos homens.

Mas deixemos a discussão sobre deuses para outra postagem.

Falemos de gente que falha. Confesso que não há como não entristecer-me com  a partida deste mundo real, de uma figura como o cearense Chico Anysio.

Este foi gênio no que fazia.

Se Chico fosse europeu ou norte-americano teria lugar cativo ao lado de Chaplin, somente isto.

Nascer brasileiro neste mundo dividido em hemisférios é uma carga e tanto . Que o diga  Drummond.

E o mundo e nossas vidas ?

Não ficaram piores ou melhores. "As noites passarão do mesmo jeito e as estrelas ficarão no mesmo lugar", já berrava aquele roqueiro nacional. 

Saudades ? do seu trabalho eu já estava há tempos, desde que a nova direção da Globo o afastou da telinha. Foi mais um a ser ultrapassado pela necessidade de se vender mais em detrimento da qualidade.

E da falência física, ninguém dela escapa. 

Uma pena. Não sou humorísta. A natureza não me presenteou-me com tamanha dádiva. 

Não posso dizer que me espelhei em algo que o grande Chico ensinou. 

E o que tinha então de especial ? É  que amo pessoa que consegue ri de si . Estão a um passo das outras autossuficientes de eficiência.

Dos seus mais de duas centenas de personagens se eu pudesse me fazer um para viver seria o espinhoso e absoluto 'Alberto Roberto' e seus infindáveis " porquês".

E mandaria todos os ' Da Júlia' da vida , controladores de nossos atos, à merda.

Nestas paragens terrenas Chico foi show e basta.    

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