sábado, 13 de agosto de 2011

LEANDRO, O ALTHEMAN


Fosse eu escrever uma carta ao jornalista Leandro Altheman que no momento está em São Paulo faria assim:

Outrora Cruzeiro do Sul, 13 de agosto de 2011.

Prezado Leandro,

Desculpe-me por está escrevendo-lhe esta epístola. Deves está surpreso. Não sou seu amigo, se bem que queria ser, mas assim não quis o destino ou porque nenhum de nós esforçou-se o bastante para tal.

Você tem sua idiossincrasia, seu tempo, sua espiritualidade,suas responsabilidades, enfim seu caminho e eu o meu. Nada temos em comum a não ser algumas ideias, somos seguidores recíprocos  na blogosfera e dividimos algumas mesmas amizades.

Não sou seu amigo no sentido real da palavra Nunca sentamos  a uma mesma mesa, nunca nos falamos nada além de breves cumprimentos. Nunca bebericamos juntos, não trocamos ideias. Sorte sua, irias ensinar mais do que aprender comigo. Acredite.

Entretanto, prezado Leandro nada impede  aqui, eu escrever, mesmo que superficialmente, e serei breve, sobre o que penso de sua pessoa. Não me importo em ser superficial. Falarei da pessoa, da figura e não do espírito. Só falarei daquilo que olhos viram e os ouvidos escutaram.

Serei breve porque palavras em demasia só induzem ao erro ou à fala pela metade.

E sem mais delongas digo o quanto admiro o seu caráter e a retidão de suas atitudes. Um homem nos dias atuais que prefere a moral  e o respeito próprio aos holofotes, tem que ser admirado no exemplo. E admiração é anos-luz distante da canonização.


Pelo pouco que sei, preferistes defender seus amigos e seus ideais do que a covardia e o gosto amargo de ter que engolir um indigesto sapo.

Só conheço teu lado profissional. E fostes aqui um verdadeiro jornalista. Nunca fostes sensacionalista, nunca se meteu a ser a estrela do show, ser maior que a notícia ou tentaste humilhar o entrevistado. Sempre de forma cordial passava as notícias e acredite, é o que basta. Fizeste  Jornalismo. Dentro das possibilidades de nossa realidade social, econômica e política, fizeste com " J".

Como disse, temos algumas amizades em comum. E aquelas, unânimes, confessaram-me ser sua pessoa, além de um bom profissional, um humanista que respeitava as falhas e os limites de cada um. Não mandava, solicitava. Prezava em primeiro o lado humano.

Não te pintaram um santo, um ser sem defeito e puro. Desenharam-te para mim, o que tu és : homem com todos os seus defeitos, mas justo e de bom caráter.

Teu mal, para os de más índoles, é ser simples, vestir-se inadequadamente para o gosto opressor deles, falar manso e sem enfeites, seguir uma religião não ortodoxa e saber disfaçar sua inteligência, o que os ignorantes traduzem como incapacidade ou falta de compromisso com o que eles chamam de " retorno". Para aqueles, locupletadores deste um mau passo na vida. Estás deixando de ganhar dinheiro e fama. Eles não entendem nada de altivez. Riem-se das virtudes.

Palavras não movem moinho, nada resolve. Mas tenho um sonho de um dia ver uma imprensa livre de verdade. Quero no futuro falar de uma equipe de jornalistas, que um dia puseram os pés aqui e respiraram o Ar desta plaga, que além de competentes, foram decentes, simples, honestos e leais à profissão e aos amigos. Neste time estará escalado você , senhor Leandro Altheman Lopes.

Decerto que por enquanto não entrarás para a história oficial, não és o que chamam de " herói' . Entretanto, nas minhas histórias, que nada terão de estórias, nas mesas de bares, em conversa de amigos e colegas,onde puder falar  _ longe ou não das vozes oficiais _ direi de um jovem idealista que um dia fez sua escolha. Para mim um exemplo de coragem, para uns outros um maluco. Tivestes hombridade. Um pequeno gesto de grandeza.

Espero que estejas bem e continue melhor. Quem sabe um dia voltes e te deixem fazer o seu trabalho do jeito  que tem que ser.

Ps: Após  ler  esta carta ,rasgue-a, queime-a e não respondas em hipótese alguma. Tenho a fama de ter aversão aos elogios , no fazer e receber, e  quero continuar assim.

E perdoe meus erros de português e pontuações mal colocadas e marcações  indevidas como vírgula separando sujeito e predicado. Como sabes, escrevo um blog pobre. Nele não há ombudsman. Inútil reclamar.

Um abraço e até a próxima.


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