Penso que as pesquisas eleitorais não são reais. O máximo que podem ser é verossímeis. E aqui estou conceituando, a grosso modo, a verossimilhança como algo que imita a realidade, sem necessáriamente ser ela.Não passa , portanto, uma pesquisa eleitoral, de propabilidade.
É incrível como a fria matemática, às vezes , não consegue ser exata.As pesquisas eleitorais detonam a matemática.Os números, antes rasos e impenetráveis, são agora elementos de análise.Como uma gravura de arte,cada um dos observadores tem uma percepção diferente.
E como se trata de política, então já se pode imaginar a gama de retórica que esses números provocam.E aqui falo da retórica como a " arte útil " observada por Aristóteles em sua obra Poética. " Atentai, pais da pátria, para os números da última pesquisa eleitoral para presidente " diria aquele espalhafatoso senador do Piauí, o" Mão Santa". Que figura !
Para a candidata Dilma, os números só " representam o momento". Para Marina Silva é " a prova de consolidação de nossa canditatura". Para Serra os números " merecem uma reflexão". A julgar pelas olheiras do candidato Tucano, ele anda fazendo reflexões demais.
O que preocupa Serra é a última pesquisa do Tucano (instituto) DataFolha. Sabe que esses números não são o real.Estão filtrados e mesmo assim são desfavoráveis.A coisa é mais feia do que se apresentou.Isto explica porque Serra voltou a ser Serra: O azedo e mau humorado que mandou "sentar a pua" nos professores grevistas.
Ontem ao ser indagado por um repórter do humorístico CQC, respondeu atravessado: " você só pode está brincando !". Há poucas semanas atrás sua reação teria sido diferente. Teria fechado a mão e erguido o dedo polegar, mais conhecido mata-piolhos , fazendo o sinal de positivo e aberto aquele sonso sorriso.
O jeito é esperar que os seus amiguinhos colunistas de Veja, detonem esses números.O ruim é que não podem mais usar o argumento de que o DataFolha " também é dos PTralhas". Terão que suarem as testas (o que é quase impossível para quem trabalha em escritórios refrigerados) e refazerem a retórica e bem naquele estilo deles, tão criticado por Sócrates.
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